sexta-feira, 4 de abril de 2008

O mundo sempre gira, por menor que o seu seja e paradoxalmente ele para, ou pelo menos há uma pausa, não só por fatos, por questionamentos, amor, dor, problema, há umas paradas de reavaliação, de autoconhecimento, sofrimento, amor-próprio.
Não há tempo determinado para as pausas, elas acontecem, o difícil é não ter nomes pra sentimentos, significados para ações, ao mesmo tempo em que há um estado de letargia, o corpo reage, a mente trabalha e o coração sente.
Os tempos são outros e por mais que se tenha pausa, é diferente, há diferença na relação com as mesmas, o abatimento não é tão aparente, o tempo de interiorização de todo o liquidificador é diferente, o mágico é saber que não há tanto poder sobre si mesmo, as reações são as mais diversas.
Dor de cabeça latente, pensamentos a mil, um pouco de descanso e há o levante para a conversa, uma conversa também diferente, não há mais tanta indiferença, há um dialogo, um compartilhamento dos problemas e do dia-a-dia, o que parecia tão distante, não é mais, pelo menos aparentemente.
As duvidas e dívidas compartilhadas, tão diferentes e tão iguais. Cada um em seu mundo de Bob.
Diferente conviver com tanta mudança, de ver não só as coisas diferentes, mas senti-las e ser pego por suas ações desconhecidas, machucar-se e reconstruir, olhar perdido nas paisagens, no infinito, desligado e ligado totalmente no mundo.
Descobrir que não há um, vivendo seu momento de pausa, de questionamentos, nem precisa ir muito longe, basta apenas olhar pro lado, pro seu lado, pessoas e vivências diferentes, questionamentos iguais, os bons momentos de pausa para pensar: Quero sumir, fugir, desaparecer, quando tudo se acalmar eu volto, cada um com seu tempo cinza.
Reconhecer em você sua forma de caminhar, a maneira como é recebida as coisas do mundo, começar a ter noção que não te machucam, mas o quanto você se deixa machucar, o quanto tudo isso é grande, e de repente tudo para, pois o que realmente vale a pena.
Respeitar o silêncio alheio, tentar entender o porquê, os porquês das coisas, mesmo sem respostas, mesmo sem conversa. Esperar o tempo de cada um, e o seu próprio tempo.
No caminho há algumas lacunas, mas uma certeza, tudo foi e é real, há sentimentos, vivencias, há veracidade, não é uma estória, e sim uma historia construída, reconstruída, continuada.
Os braços sempre abertos, não por bondade, pois como diz a Bíblia, mais ou menos assim: o bem que quero fazer, esse nunca faço, mas o mal que não quero fazer, esse sim, sempre faço.Braços abertos, vontade de seguir, prosseguir, viver, conviver....ver e ter certeza no que tudo isso vai dá.
Construir parece fácil, reconstruir mais difícil, todas as marcas da reconstrução,os remendos, as imperfeições, mas nunca é impossível, ao contrario, é possível querer continuar, achar que vale a pena, por quê? Quem sabe....mas achar que existe uma coisa bem maior, ajuda na caminhada, na sempre reconstrução da vida, não é fácil, não será fácil, mas como diz Pessoa : “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, nem sempre somos nobres, mas enquanto há vontade de querer que dê certo, vale a pena tentar.
O coração calmo, apesar de todo o redemoinho.


Sem explicações lógicas... Não há lógica para muita coisa na vida.


Ouvindo muito, em alto e bom som: Under Pressure – Queen.

Nenhum comentário: