terça-feira, 16 de outubro de 2007

Mina Brejuí


Já falei aqui mesmo sobre esse lugar, quando mostrei a minha cidade natal, só que nesse findi fui visitar os túneis da Mina Brejuí novamente, com um guia todo especial (meu pai, ele trabalha lá e conhece tudo) e uma turma super legal (minha mãe, minha tia e minha priminha), ta super organizado, bem coisa de passeio turístico mesmo, com estruturas de ferro enormes, os túneis prontos para receber pessoas, é super interessante.

Eu sei que minha visita foi diferente porque tem o lado sentimental do meu pai, querendo me mostrar o trabalho dele, os projetos, o que ele pensa, o que faz em cada lugar, ele passou boa parte da vida dele ali dentro. E há sempre o comentário “mor” : Ta vendo essa cerca (de arame) foi pai que fez, todinha e sozinho. Já escutei esse comentário uma dezena de vezes, quando vejo a cerca ou sem ver mesmo, só porque ele comenta, é um orgulho.

Apesar de nunca ter morado lá, a historia da minha família é muita ligada à mina, meu avô trabalhou, meu trabalha, meus tios trabalharam, moraram, minha avó já morou também. Tenho muitas recordações da Mina Brejuí, de quando criança ir pra casa da minha vó brincar com minhas primas, da minha tia ligar o radio as 5 horas da manha pra escutar musica e acordava todo mundo, de um cheiro gostoso que só sentia lá, da bola rasgada por minha tia(depois da minha prima K e eu passar o dia todo no sol, juntado os saquinhos do leite CLAN -leite da vaquinha- pra trocar por uma bola) só porque meu irmão e minha prima menor queria atrapalhar nosso jogo e a gente deve ter dado umas pancadinhas dele,não lembro o porque so sei que ela rasgou e a gente chorou muito. De quando a gente fazia alguma traquinagem e minha tia queria bater na gente, e nossa fuga era ficar a tarde toda em cima de um pe de umbu, até ela esquecer da gente, lembro que la perto (do pe de umbu) tinha uma pocilga, e ficava rindo com os barulho dos porcos.

Lembro da comida da minha tia, do banho “de cuia” que a gente tomava lá, de quando meu tio caçava e trazia as caças, das garças voando no final da tarde na lagoa, de um jogo parecido com beisebol, mas que ate hoje não lembro do nome, das serras enormes, umas dunas de um material (tipo uma areia cinza) que a gente subia e fazia esqui bunda, subia e descia a tarde toda, quando voltava tinha areia até na alma, acordar cedo (pelo radio da minha tia) e pra poder brincar o dia todo, fazer comidinhas, dá comida as galinhas, brincar de muitas coisas no “terreiro”.

Não sei se lá se modernizou, eu achava diferente quando era criança, parecia outra cidade, outra lugar, não consigo sentir aquele cheiro de antes, não tem mais a mesma mágica. Mas sempre será um lugar de muitas e boas recordações. Mas fora esse “revival” todo o que me surpreendeu foi o Museu que existe lá, muito bom, nem parece que aquilo está no interior da Região Nordeste, muito bem projetado, uma qualidade impar, com fotos da mina, da família Salustino, as pedras encontradas, fosseis, e peças importantes para historia da Mina e do seu proprietário.

Vou fazer outro post para o Museu, se não esse vai ficar enorme..


Fotos da Mina:









Nenhum comentário: