quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pessoas



Não sei pq, mas já sou meio acostumada,às pessoas começam a conversar comigo, do nada, começam a conversar.
Ontem estava eu, no melhor cahorro-quente de Natal, esperando o lanchinho, o cara começa a falar da Mega-sena q tava acumulada, e eu sem saber que o mesmo estava conversando comigo, mas depois caiu a ficha que era comigo mesmo.
Depois começou a falar que tava na fila da lotérica e encontrou e meia-irmã, foi desenrolando sobre a vida dele, em menos de 10 minutos soube mais da vida dele do que tdo e olhe q eu não fiz nenhuma pergunta, só balançava a cabeça, no máximo disse duas palavras por vez.

Não sei se é a solidão de todo mundo, num sei, mas as pessoas acabam conversando com quem elas não conhecem, desabafando de certa maneira.

Esse cara especificamente, falou muito do que ele não ligava: o abandono do pai e a insistência da meia-irmã de chamar “nosso” pai, interessante ele passou o tempo todo tentando querendo me comprovar que o pai não “era nada” pra ele, mas no fundo, achei o contrario, o parecer “não-ligar” pra o pai, rendeu uma conversa com uma estranha.
A negação com o pai e a afirmação como pai, do que a mãe dele fez e o que ele ta fazendo com o filho dele.
Foram interessantes as coisas que ele saiu falando, as pontuações, afirmações, negações.
Mas a frase que mais me tocou foi essa, pai é aquele que se emociona com o filho: “Eu me emociono com meu filho”
Esse foi o resumo da pequena-grande conversa.
Comentei isso com uma amiga e falei q ele não tinha cara de “figura”, era um cara aparentemente “normal”.
Depois que lanchei, olhei pra ele e falei: Ei, valeu, até mais. Tchau. Tchau. E ele me cumprimentou tb.
Diálogos (monólogos) de pessoas desconhecidas, sem nomes, só com rostos e uma parte da historia relatada entre uma mordida e outra de um cachorro-quente.

Acho interessantes esses encontros “inimagináveis”, pois pra mim, a musica do biquíni diz uma coisa que pra mim marca muito, imagens, pessoas, sons:
Trago a imagem de todas as ruas por onde passoE de alguém que nem sei quem éE que provavelmente eu não vou mais ver É porque trago tudo de foraTrago a imagem de todas as ruasEu sou a soma de tudo que vejo

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Hoje saiu o resultado da marcação de bolinhas, passar, passei, mas muito longeeeeeeeeeeeeeeeee, coloca longe nisso.
Nem fiquei muito triste, pq já tinha noção do que eu aguardava, tava acompanhando as noticias e sabia o que tava rolando.
Agora bundinha na cadeira, olho e mente nas letras, se quiser alguma coisa na vida.

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Ontem depois do lanche, fui fazer hora na livraria até da um tempo da aula de inglês, sempre falo se tivesse grana, gastava dinheiro com várias coisas...rrsrsr..mas entre elas: cd´s, livros e óculos escuros.
Ficando agora somente nos livros, sempre dou uma passada na livraria, pra enamorar os livros, se eu pudesse saia de lá com sacolas e sacolas, gosto do cheiro, das capas, das historias, claro, enfim compraria por n coisas.
Passeando pelas instantes, encontro um livro que li há dez anos atrás, O velho e o mar, uns dos livros mais chatos de ler, qdo vc está lendo.O livro é pequeno, mas muito arrastado, com um pouco de exagero, o autor passa umas duas paginas numa parte que fala da linha do anzol, ferindo as costas do senhor, mas depois que você ler, termina o livro, ele te deixa algumas lições, principalmente sobre a perseverança.

Não posso relatar muito, pois como falei fazem 10 anos já, mas esse reencontro foi legal, pq vi o livro com carinho, não com uma raiva que eu tinha, quando tava lendo.

Até me deu vontade de ler de novo...rsrs...quem sabe depois eu não me arrisco, e vejo o que a diferença de uma década causa, a relação do livro (da vida) com uma pessoa.

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