Passeio fantástico.
Simplesmente fantástico.
4X4, na praia, litoral sul, até ali, Sagi.

A semana deu uma virada, sonolenta, em volta de si mesma, pensando, não pensando.
Esperando que o tempo passe, que tudo se ajeite, não fora, por fora, mas dentro.
Num é raiva, e sim certa vergonha.
Ou dor, de levar as coisas a serio, enquanto tudo parece ser uma brincadeira.
Relações. Pessoas. Amizades.
A vida dá voltas, muitas voltas.
Ao mesmo tempo em que te prende, a paisagem, os dias, os outros dias te dão um tapa, um leve tapa.
É como se o ângulo fosse 360°, e sua visão muda.

Os tapas da vida sempre existirão, e o que você faz com eles?
Qual o estrago causado?
O que eu me permito? O que permito que façam comigo?
O que eu faço pra ultrapassar, e recomeçar, caminhar.
Caminhar com marcas, cicatrizes.
Mas é preciso caminhar.

É preciso levantar do sofá, aquele “passados” dois dias, com seu medo, seu mundo, seja real ou imaginário, o sofá, os medos.
Ele ta vivo, com olhos de tigre, firme, forte, e será o sopro de vida.
Será o seu norte, sua razão de vida, e você viverá não só por ele, mas por vocês.
Isso você me ensina, “levantar do sofá” quantas vezes for necessário e caminhar, talvez com as pernas bambas, com medo do mundo, mas caminhando.

Você sabe o que é “achar que sou amada”? e escutar “estou com você por pena?”
Não, não sei, não consigo mensurar essa dor, mas sinto seu carinho e cuidado.
E por mais diferentes que sejam nossos caminhos, as dores são bem parecidas, os medos, as fraquezas, o medo de estragar tudo.
Eu estava indo tão bem, e parece que estraguei tudo, de novo.
“Eu to com medo de estragar tudo, de novo”
“Com você posso ser eu, posso ser sincera”, sou suja, sou pó.
Das frases acima não sei o quanto sou eu, ou o que é você.
De uma maneira bem forte, a gente se entende.

E tudo/nada que um dia chuvoso de frente pro mar e novas/lindas paisagens.
Boas conversas, ótimas companhias, e voltam às relações, amizades.
Do teu lado, conversando.
Demonstrando carinho e afeição.
E te faz crer, de novo.
Que muita coisa vale a pena.
Nem que seja por aquele minuto.
Uma amizade de alguns poucos anos, sendo regada.
Pequenos e singelos passos.
Nobres gestos.
Atitudes de zelo e carinho.

Um bom banho de cachoeira.
Pra bater a poeira.
Orar e agradecer por aquele momento.
Pela permissão de passar por tudo.
A dor, e sentir o Cuidado.
Por permitir e Me mostrar o quanto sou pequena e abençoada por tantas coisas nessa vida.
Basta apenas que eu enxergue tudo, com outros olhos.
Paz de espírito e sabedoria,
Pra seguir a caminhada.

Ouvindo: High and Dry - Jorge Drexler